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A mostrar mensagens de janeiro, 2018

Orelha de mãe

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Estou aqui eu, entre as sanguessugadelas do número 3 (vulgarmente conhecidas como amamentação), e a pensar na minha vida actual. A rotina atual passa por abre porta, fecha porta, chama o elevador, entra no elevador, sai do elevador, abre porta, abre a porta seguinte, ordena aos números que entrem para dentro do carro, fechar porta, confirmar cintos de segurança, dar meia dúzia de ralhetes para se comportarem... E fazer-me à vida! Ora isto de ter o privilégio no momento de ter uma vida de mãe doméstica dá-me mais tempo para apreciar o mundo em meu redor e  reparar nas famílias dos outros com quem nos cruzamos, fazendo-nos pensar na nossa. Cada vez que passo por mães ou pais com filhos na mesma faixa etária que os meus é inevitável deitar uma orelhinha ao que eles dizem, actualmente. Então a porta do infantário e o supermercado é um antro de escutadelas. Tenho vindo a reparar que todos dizemos: "Ai é?", "Ainda bem!", "Que giro!"... Como se aq

A cama e o 2

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Eu sei que é estranho, mas o número 2 dá-me sempre margem de manobra para escrever sobre ele. Um dia destes tento perceber se é pela ingénua idade dos 3 anos, se porque é sempre assim e pronto! Hoje, fez muitas, mas uma não consegui não rir à frente dele. Os vossos filhos gostam de subir e pular encima da cama? Pois o meu número 2, sempre que o número 1 vai ao quarto dele, faz disso rotina. Mandei-os despacharem-se e vestirem-se para ir passear. Depois de me vir perguntar qual a sweat que levava com 3 na mão e quais as calças que deveria levar com 2 pares na mão, lá se decidiu a aceitar as minhas escolhas, depois de tentar argumentar porque achava que eu estava a escolher errado, e foi para o quarto dele. Acontece que ele acha sempre que o quarto tem poucos brinquedos mas perde-se sempre. Estava já na hora de sair e o 2 onde estava? A construir uma casa com uns tacos que o padrinho lhe ofereceu e a roupa ao lado dele. Para não me chatear, pedi ao 1 para ir ajudá-

Verdades absolutas!

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Ora cá voltamos nós à acção. O pai voltou para casa em convalescença, e a vida retoma o rumo normal. Já toda a gente se apercebeu que os filhos nos trazem pérolas (que não tem piada nenhuma), mas hoje o número 2 esteve on  fire . Se não vejamos: Viagem da cidade Natal para casa. Número 2 em prosa com o número 1, a discutir "a mãe": 2- (Algo sobre não importa o quê!)... Pergunta à minha mãe! 1- A mãe não é só tua, também é minha. 2- Mas eu nasci da barriga da minha mãe! 1- E eu também! 2- Ai foi? Mas eu não te vi lá dentro! (Confirma-se! Não me lembro de sentir que andavam aos pontapés um com o outro cá dentro! Isso ou não o viu porque as luzes estavam apagadas.) 1- Isso é porque eu sou mais velho e nasci primeiro. (5 anos de diferença notasse na roupa e no material escolar, também se confirma!) 2- Então já foste pequeno como eu! (Ora bolas, caso te esqueças número 1, não penses que nessa altura mandavas alguma coisa!). E quando vão dar bei

O pai

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Hoje poderia escrever sobre outra coisa qualquer, mas é o dia de uma (des)ventura. O pai deu entrada na sala de emergência de madrugada, num hospital longe da nossa casa e eu estava no nosso quinto esquerdo frente com três números. O pai de família, não é pai dos números 1 e 2, é "paidrasto". Cuida deles como se fossem dele mas não são. Educa-os. Ri com eles quando atingem objetivos. Chora com eles se lhes acontece alguma coisa. Tenta estar presente em todas as atividades em que eles participam. Vai às reuniões escolares. Representa-os mesmo quando eu poderia ir mas sabe que preciso de descansar, por isso vai ele. Apesar daquele ar aciganado é perfeito como ser humano. Tem um coração de ouro, tenta ajudar os outros, oferece projetos (é arquiteto), porque vê necessidades e tenta colmatá-las, e ainda nem sequer cheguei à fase em que me disse para comprarmos 12 pais natais de chocolate grandes para os meninos de uma instituição carenciada, ou dá as moedas que t

Crónica do peido

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Para não variar, tenho um dos número doente. Esta semana está a intensificar novamente o ranho, a tosse, a febre, os mimos, mas isto tudo é fácil comparativamente com tentar perceber os disparates que encontras na internet. Hoje encontrei o peido! Sim, o peido! Liguei o Facebook para me tentar manter acordada quando o número 3 estava a mamar e o número 2 veio para a minha cama de manhã, e aparece-me uma imagem a dizer: "Quando você peida você perde 0.0371gramas de peso". Quê? Que é isto? Pois, quando li não sabia se havia de rir ou ficar chocada. Ainda fiquei a pensar como é que o facebook saberia que quero emagrecer, mas à base de peidos não me pareceu uma boa ideia. A verdade é que guardei a informação e à bocado lá estava eu a fazer contas para perceber qual o grau de flatulência necessário para emagrecer. Depois como é óbvio, comecei a ponderar a temática! A que tipos de peidos se estavam eles a referir-se? Será um peido-rasteirinho? Um barulhento

Epifania

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Tive uma epifania! Não uma Epifania pessoa, uma epifania mesmo, uma daquelas que se vendem nos dicionários como manifestação, aparição ou pensamento súbito. Vou dedicar-me às limpezas! Pensam vocês: Esta tipa está marada da cabeça! Então mas está sempre a dizer que não é nenhuma fada do lar e agora quer escrever sobre limpezas? Logo limpezas? Que raios tem isso de interessante? Realmente devo ter perdido um dos poucos parafusos que me restam porque piada não tem nenhuma. Mas ai é que está o cerne da coisa, não tem piada mas ninguém está a contar o tempo que se está a lavar as casas de banho, limpar o pó, aspirar, limpar os vidros, trocar lençóis, lavar a roupa, secar roupa, dobrar roupa, arrumar roupa... Se ninguém está a contabilizar o tempo, o pai também não vai contar e eu encaminho a sanguessuga do número 3 e perco tempo, perdão! Rentabilizo o tempo quero eu escrever! Rentabilizo a estender o pernil na cama! Rentabilizo a tomar um banhinho de imersão! Rent

O teratoscópio do número 2

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Lá chegou o dia da semana que tenho que ser eu a ir buscar as crias à escola. Hoje para variar comecei pelo número 2, e este manda-me cada "posta de bacalhau" que nunca sei muito bem com que contar. Como já disse anteriormente o número 2 é aquela criança que tem poder de argumentação e dá volta ao tema com a maior das facilidades (vá, eu sei que ele herdou essa característica da mãe, não é preciso começarem a chover elogios desse lado). Mas a verdade é que ele continua a surpreende-me nos seus módicos 3 anos, sim porque hoje ao chegar ao carro, decidiu que afinal a causa dos problemas dele sou eu. Começa o diálogo: 2 - Mamã, em que carro vieste? M - Vim no meu, sabes que não gosto de conduzir o outro. 2 - Eu quero ir no carro velho para casa, chama o pai, porque não veio ele? M - O pai foi trabalhar e vim eu, vá entra no carro que o número 3 está a dormir e temos que ir buscar o número 1 para o levar à música. 2 - A trabalhar outra vez? Eu também tr

O próximo é menina!

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Como já deu para perceber, tenho 3 filhos rapazes. Por isso passo o tempo a escutar: - Quando fazes a menina? Ou o: Quando vais ao quarto? Ora vamos lá pensar nisto porque ainda não percebi se afinal as pessoas me andam a desejar o bem ou o mal. Costumo dizer que a gravidez não é um estado de graça, é mais de desgraça. Desgraça-nos o peso. Desgraça-nos as medidas. Desgraça-nos a paciência. Até as desgraçadas das respostas se tornam uma verdadeira desgraça para quem leva com elas. Muito bem que no final de tantas desgraças temos uns seres minúsculos que são nossos filhos e que vamos amar incondicionalmente, mas valerá a pena tantas desgraças? Muitas de vocês vão dizer que sim, que as estrias, mamas flácidas e mirradas, rabo quadrado ou mesmo a barriga a parecer plasticina é compensada por aquele sorriso ou aquele abraço. Desculpem-me, não consigo concordar! Se eu pudesse ter filhos e manter o corpinho de antes de os ter, queria! No meu caso, a culpa é da genética. -

O mundo dos bebés!

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Acabei de me aperceber que ainda mal redigi sobre o número 3. Ora então cá vai disto! O meu número 3 fez 2 meses esta semana (acho eu, quando foi dia 9?). É um bebé portanto come, dorme, faz cocó e xixi, resmunga com a vida quando alguma coisa não lhe agrada, e não me estou a lembrar de mais nada que ele faça... Não há peripécias, verbalizações nem sequer há cenas estranhas para contar. Mas há todo um maravilhoso mundo de bebés que eu simplesmente já estou enjoada! Eu sei! Vou ser criticada novamente, mas admitamos que já não tem piada nenhuma. O primeiro filho vamos enganadas! Sim! Dizem que é maravilhoso, que parir é a coisa mais linda do mundo. Que se tem saudades da barriga. Que de bebés é que são fáceis. Que vou ter saudades deles quando crescerem. Que amamentar é a coisa mais gira do mundo. Pois para mim, parir doeu que se fartou (sem contar com o recobro, não conseguir me sentar direito durante 15dias não tem propriamente piada nenhuma). Quando vi que fiquei

As idas às escolas!

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Ir buscar os miúdos à escola é sempre uma aventura. Não me estou a queixar, longe de mim tal coisa. É um ato delicioso que só-me stressa ao ponto de tocar na ponta do iceberg da minha sanidade mental. Por norma, eu fico com o número 3, e o pai fica responsável por levar e buscar o número 1 e o número 2, às escolas e às respetivas actividades extra-curriculares. Contudo, há sempre aquele dia da semana em que ele não pode por causa do trabalho e tenho eu que fazer-me de acrobata. Ora, o ideal é mesmo ir buscar primeiro o número 1, por ser um ser já com mais idade e responsabilidades crescentes. Estacionar o carro à porta da escola do número 2. Deixar o número 3 a dormitar no carro, com o número 1 a vigiar. Dar uma corridinha para ir buscar o número 2 e regressar noutra corrida para o carro, à espera que o número 3 ainda não esteja num pranto. Como nunca há ponto sem nó, na semana passada correu mal a estratégia. Como tinha que pagar a mensalidade, tive que parar 2 m

Os coelhos também podem ser azuis!

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Ainda há meia dúzia de meses o número 1 e o número 2 dormiam no mesmo quarto. Entretanto, decidimos apostar na individualidade de cada um, compramos uma casa maior e separamos os galinheiros. Hoje o tempo não está muito agradável e como nós os 5 estivemos doentes na última quinzena do mês passado, não me apetece correr riscos desnecessários e ficamos todos presos em casa.  A minha versão de mãe educadora imperiou agora de tarde e decidi que o número 1 se deveria de dedicar às cópias por isso, pedi-lhe para ir para o quarto dele copiar um excerto de um livro.  Como o número 2 não gosta de ficar atrás nestas coisas educativas, nem sequer precisei de mandar nada, tomou a iniciativa de ir para o quarto dele, sentar-se na secretária e pintar. Passados 15 minutos, apercebo-me que o número 2 foi mostrar o desenho ao número 1 e o número 1 começa, a falar em tom alto, depois de ouvir que o número 2 já estava sentado no quarto dele novamente: 1- Agora pinta de outra cor porque se não

129 minutos de silêncio

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Não sei que se passou hoje de manhã mas os rapazes (número 1 e número 2), decidiram melgar-me na cama. Ainda estava eu com um olho meio aberto e outro completamente fechado, quando eles vieram ter comigo à cama e perguntaram se me podiam dar beijinho de bom dia. Ora, em bom português, um beijinho ou dois não são 20 nem 50. Quando dei por ela, aqueles dois decidiram tornar um simples cumprimento matinal numa competição acérrima sobre quem dá mais beijos que o outro. Estão vocês a pensar: Que sorte! Ainda se queixa? Que ingrata! E pensava eu naquele momento fatídico para o prolongamento do meu sono de beleza: Estes tipos estão a acordar-me e eu não quero ter que desempatar isto com dois gritos e um par de chinelos voadores. Lá fui salva pelo pai que num acto de ciúmes perguntou quem queria jogar wii e eles fugiram de mim como se de repente tivesse sarna. Claro que, mãe inteligente como sou (sim pai, eu disse isto publicamente), lembrei-me que me tinha que "livrar"

O poder de uma vírgula!

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Eu sei que está errado para o esteriótipo de mãe perfeita, mas como já disse anteriormente, não sou nenhuma fada do lar por isso em vez de passar os sábados a limpar a casa, por estes lados os sábados à tarde são sinónimo de sossego e descanso. O número 1 costuma ir para os escuteiros. O número 2 finge que vai dormir quando na realidade vai sorrateiramente brincar para o quarto. O número 3 adormece nos braços de quem o quiser segurar. Estava eu prestes a adormecer no sofá, com o número 3 pendurado no meu braço esquerdo, e eis que o número 2 regressa do quarto, e se senta ao meu lado em silêncio (algo nada habitual nele), com ar pensativo e a olhar para mim como se me recriminasse por não lhe estar a dar a atenção merecida. Quando estou quase a perguntar-lhe que se passa, começa a cantarolar: "- Batata frita, batata quente, quem tocar nela fica doente, 1, 2, 3, 4, 5." Como mãe-galinha que sou, fiquei logo toda orgulhosa do meu cantador desafinado e peço-lhe para rep

Primeiro Dia

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Cá em casa somos 5. Podiamos adoptar um cão, um gato ou um piriquito, mas ia dar-nos mais trabalho a todos e não vale a pena tal sacrifício. Passemos à apresentação da família: O pai, de aspecto aciganado, tatuado e corte de cabelo estranho, é capaz de estar semanas sem fazer a barba com tantas distrações diárias. Quando fica a parecer um urso, agenda cabeleireiro e recomeça o ciclo de cabelo e barba. A mãe, moça de família, criada para ser independente e trabalhadora, nunca  foi nenhuma fada do lar mas não se importa com isso. Quando pensa que finalmente sabe como educar os filhos, engravida novamente e estraga tudo. O filho mais velho, tem 8 anos e adora correr e alimentação saudável. Tem tendência para o exagero, consegue contar uma mentira como verdade absoluta e quem não o conhece acredita realmente naquilo. A frase preferida dele é: "Não é justo!", a segunda é: "Que injustiça!". Está na fase de garnizo, tenta cantar de galo como se fosse um