O poder de uma vírgula!



Eu sei que está errado para o esteriótipo de mãe perfeita, mas como já disse anteriormente, não sou nenhuma fada do lar por isso em vez de passar os sábados a limpar a casa, por estes lados os sábados à tarde são sinónimo de sossego e descanso. O número 1 costuma ir para os escuteiros. O número 2 finge que vai dormir quando na realidade vai sorrateiramente brincar para o quarto. O número 3 adormece nos braços de quem o quiser segurar.
Estava eu prestes a adormecer no sofá, com o número 3 pendurado no meu braço esquerdo, e eis que o número 2 regressa do quarto, e se senta ao meu lado em silêncio (algo nada habitual nele), com ar pensativo e a olhar para mim como se me recriminasse por não lhe estar a dar a atenção merecida. Quando estou quase a perguntar-lhe que se passa, começa a cantarolar:
"- Batata frita, batata quente, quem tocar nela fica doente, 1, 2, 3, 4, 5."
Como mãe-galinha que sou, fiquei logo toda orgulhosa do meu cantador desafinado e peço-lhe para repetir a música e a contagem. E recomeça: " Batata frita, batata quente CANTA!"
Olho para ele e reparo nos olhos semi-cerrados de um ser zangado à espera de uma justificação e faço lá o frete e canto duas vezes com ele. Na dúvida, ficarei sempre se ele me estava a chamar batata quente ou se só estava a mandar-me cantar. Sim, porque como diria o meu padrinho: "Come melão!" é diferente de: "Come (vírgula) melão!" Porque é que os filhos não vêm com legendas? 

Mãe de 3 aos 33!

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