As idas às escolas!

Ir buscar os miúdos à escola é sempre uma aventura. Não me estou a queixar, longe de mim tal coisa. É um ato delicioso que só-me stressa ao ponto de tocar na ponta do iceberg da minha sanidade mental.

Por norma, eu fico com o número 3, e o pai fica responsável por levar e buscar o número 1 e o número 2, às escolas e às respetivas actividades extra-curriculares. Contudo, há sempre aquele dia da semana em que ele não pode por causa do trabalho e tenho eu que fazer-me de acrobata.

Ora, o ideal é mesmo ir buscar primeiro o número 1, por ser um ser já com mais idade e responsabilidades crescentes. Estacionar o carro à porta da escola do número 2. Deixar o número 3 a dormitar no carro, com o número 1 a vigiar. Dar uma corridinha para ir buscar o número 2 e regressar noutra corrida para o carro, à espera que o número 3 ainda não esteja num pranto.

Como nunca há ponto sem nó, na semana passada correu mal a estratégia. Como tinha que pagar a mensalidade, tive que parar 2 minutos na "corridinha" para proceder ao pagamento. Eis quando, estou a acabar de pagar, me estou a dirigir para a sala da cria 2, e ouço um carro a alarmar.

Como vi o meu tempo apertado, pensei eu na minha inocência: - Mas que disparate está aquele a fazer agora? Não vou para trás agora, vou só ali buscar o número 2 a correr e já vou, porque se o número 3 está a chorar e está a chover, não sei muito bem o que fazer.

A escola do rapaz é toda envidraçada, era fácil perceber que era o meu carro, por isso duas das funcionárias olharam para mim com ar reprovatório e uma delas relembrou-me, como se eu fosse um tomate roburizado vesgo: "É o seu carro que está a alarmar!", como se eu não conseguisse ver aquele mono grande branco, com as luzes todas ligadas e os quatro piscas intermitentes.

Lá fiz eu o que uma boa mãe faz: IGNORA! Carrega no comando para desligar o alarme e vai buscar o  número 2. Quando chega ao carro e pergunta que se passou. responde-me o número 1: - Estava a chamar-te, o número 3 estava a começar a chorar, mas como eu tenho uma voz bonita, comecei a falar com ele, dei-lhe dois beijinhos e ele voltou a calar-se!"

Chamar-me??? É mais envergonhar-me, queres tu dizer!- pensei. Ainda agora sinto aquela vozinha ruminante, das minhas entranhas (e não, não são gases!), a dizer: "Olha aquela deixa-me os filhos sozinhos dentro do carro! Chamamos a polícia, a guarda ou a assistente social?"

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